O diretor-geral da Polícia Federal, Paulo Maiurino, informa a Folha de S. Paulo, assinou uma portaria em 8 de dezembro transferindo o delegado Rodrigo Morais Fernandes para trabalhar por dois anos em uma força tarefa em Nova York, nos Estados Unidos.
Fernandes era responsável pela investigação sobre a facada, ou suposta facada, em Jair Bolsonaro (PL) durante a campanha presidencial de 2018.
A partir de fevereiro de 2022, o delegado exercerá a função de oficial de ligação da Polícia Federal junto à força tarefa de El Dorado no escritório da Homeland Security Investigations (HSI), em Nova York.
A transferência de Fernandes aos EUA é vista internamente como a realização de um desejo pessoal do delegado. Mesmo diante da aparente insatisfação de Bolsonaro com a investigação, Maiurino, aliado do chefe do governo federal, decidiu atender o desejo do delegado.
Na investigação, Fernandes concluiu que Adélio Bispo atuou sozinho para matar Bolsonaro. Documentário da TV 247 produzido pelo jornalista Joaquim de Carvalho – “Bolsonaro e Adélio – Uma fakeada no coração do Brasil” – mostra, por outro lado, que a hipótese de autoatentado precisa ser melhor apurada.
Em novembro, a PF reabriu a investigação sobre o episódio, avançando sobre Zanone Manuel de Oliveira Júnior, um dos advogados de Adélio Bispo. Fernandes analisará dados bancários e o conteúdo do celular apreendido com o advogado para localizar informações sobre um possível mandante do ataque.